sábado, 14 de fevereiro de 2015

QUINTESSÊNCIA

Quinta-feira, dia de tomar um chimarrão que é gaúcho mas é mais ainda indígena. Quinta-feira, último dia antes das minhas férias, hora de ir para algum pedaço de Goiás que é só cheiro de terra. Quinta- feira, mais um dia para agradecer àquilo que harmoniza a sua e a minha loucura: a natureza, o mato, o verde, o nada que é estar em silêncio em meio aos inúteis pássaros, às dispensáveis árvores, aos insignificantes animais e às correntes frágeis dos rios.

Não se iluda, meu caro, a quintessência da vida não pode ser comprada. O oculto gozo eterno de nossa alma é somente aquilo que a massa da civilização civilizada em multidões tem chamado de pouco ou nada ou solidão. Contudo, no invisível está a saborosa intensidade do ser verdadeiramente dois ou um...

Espalho aqui um poema que veio até mim durante a verve provocada pelo chimarrão:

A MATE

Origens dos indígenas, 
proibida pelos jesuítas, 
pois a verve dessa erva
é um despertar em Eva

Brava chuva na mata
Uma Deusa me desata
Mãos no seio dela, 
sentidos sem cela

Seio, selva e o calorífico
formam corpo e espírito

Líquido profundo, em ti,
o melhor do mundo, bebi, li-vi
nosso alegre casamento 
trança verbo, avivamento


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