A inveja tem origem no desejo de controle do outro. Desejo de controlar cria inveja.
Filhos de um mesmo pai, dois Deuses iguais em poder ou importância regem-nos com suas leis simbióticas. Um colabora sobre o amor e a criatividade. O outro comanda sobre dependência, controle e repetição.
O primeiro sonha que cada um de seus filhos se espalhe pelo Universo criando novos mundos e perspectivas.
O segundo deseja controlar nossa criatividade e, por consequência, todos nós. Ele é repressor da originalidade alheia. Por ser Deus, ele também possui criatividade, mas não a quer para seus filhos e muito menos para os filhos do outro Deus irmão. Seu método para realizar seu desejo é a inveja, pois esta possui a essência aniquiladora de individualidade ou criação.
A inveja é o desejo de que toda a criatividade do mundo esteja no seu interior. Assim, ela é a escuridão, receptáculo infinito de toda a matéria seminal e da luz. A inveja é acumulação, a geração de buracos negros.
É provável que cada ser do Universo seja filho de apenas um desses Deuses e ao longo de sua evolução se viu confrontado com o outro. Nesse sentido, essa dualidade permite escolha por afinidade, mas é impossível negá-la.
O primeiro Deus propaga, exterioriza e alimenta.
O segundo Deus absorve, interioriza e come.
Podemos criar galáxias, vida, alegria, resplandecer. Por outro lado, podemos depender da criatividade alheia, do sêmen alheio, do calor alheio e ainda querer que tudo isso esteja sob nosso comando.
Pensemos sobre isso: como a inveja aniquila a nossa individualidade, criatividade e doçura...
Pintura: Caim matando Abel
Autor: Gaetano Gandolfi
Ano: ~ 1750
Pintura: A calúnia de Apeles
Autor: Sandro Botticelli
Ano: 1495
Uma interessante análise sobre o mito de Apeles:
Nenhum comentário:
Postar um comentário