sábado, 14 de fevereiro de 2015

O MITO DA INVEJA

A inveja tem origem no desejo de controle do outro. Desejo de controlar cria inveja. 

Filhos de um mesmo pai, dois Deuses iguais em poder ou importância regem-nos com suas leis simbióticas. Um colabora sobre o amor e a criatividade. O outro comanda sobre dependência, controle e repetição. 

O primeiro sonha que cada um de seus filhos se espalhe pelo Universo criando novos mundos e perspectivas. 

O segundo deseja controlar nossa criatividade e, por consequência, todos nós. Ele é repressor da originalidade alheia. Por ser Deus, ele também possui criatividade, mas não a quer para seus filhos e muito menos para os filhos do outro Deus irmão. Seu método para realizar seu desejo é a inveja, pois esta possui a essência aniquiladora de individualidade ou criação. 

A inveja é o desejo de que toda a criatividade do mundo esteja no seu interior. Assim, ela é a escuridão, receptáculo infinito de toda a matéria seminal e da luz. A inveja é acumulação, a geração de buracos negros. 

É provável que cada ser do Universo seja filho de apenas um desses Deuses e ao longo de sua evolução se viu confrontado com o outro. Nesse sentido, essa dualidade permite escolha por afinidade, mas é impossível negá-la. 

O primeiro Deus propaga, exterioriza e alimenta. 

O segundo Deus absorve, interioriza e come. 

Podemos criar galáxias, vida, alegria, resplandecer. Por outro lado, podemos depender da criatividade alheia, do sêmen alheio, do calor alheio e ainda querer que tudo isso esteja sob nosso comando. 

Pensemos sobre isso: como a inveja aniquila a nossa individualidade, criatividade e doçura...



Pintura: Caim matando Abel
Autor: Gaetano Gandolfi
Ano: ~ 1750




Pintura: A calúnia de Apeles
Autor: Sandro Botticelli
Ano: 1495


Uma interessante análise sobre o mito de Apeles: 


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