domingo, 8 de fevereiro de 2015

DAI-ME A MÃO DO AMOR

DAI-ME A MÃO DO AMOR
(Em cada dedo, uma estrofe)
 

O símbolo da terra coloreou as digitais
pelos dedos as cinzas, a folha, o cipó.
Dizem mãos calejadas: voltarás ao pó
para não mais ecoares destoantes ais.

Mãos marcadas de Amor.

Da terra é e sempre será esse gemido.
Se, antes do fim, aceito minhas mortes,
em vida pelo Eterno serei um redimido,
como cintilantes constelações filhotes.

Mãos marcam, Amor.

Nessa terra desata-se o ignóbil nó,
de um insano esquecimento a ferir,
aprendendo a deixar de ser um só
e viver Daquele que deveras sentir.

Mãos são marcas de Amor.

A força do meu berço original
levantar-me-á da decadência,
como fez o Pai do sol matinal
trazendo a Meiga Consciência.

Mãos marcam de Amor.

Bebi Naquele Mundo, que nosso é e foi.

Sem ele, a vida contorce, distorce e dói.
Voltei logo saciado com uma presteza:
Imediatamente materializar delicadeza.
 

Mãos de Amor marcam.


Foto de Fernando Marinho

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